quarta-feira, 20 de maio de 2015

Separação (Lauren DeStefano)

De volta ao lugar onde tudo começou, ainda que agora com novos aliados, Rhine não sabe o que pode fazer para contrariar a vontade de Vaughn, mas sabe que não pode ficar ali. E, surpreendentemente, Linden está disposto a ajudá-la a partir, para que possa ir em busca do seu irmão e das respostas por que tanto anseia. Mas não é assim tão fácil resistir aos intentos de Vaughn. Mesmo que consiga virar costas a todos os laços que criou enquanto esposa de Linden e irmã-esposa de Cecily, o caminho nunca poderá ser fácil. E as respostas podem não ser as que deseja. 
Último volume de uma história com muitas perguntas por responder, é neste livro que mais se notam as limitações da narração do ponto de vista de Rhine. É que, se o seu percurso tem, por si só, muito de interessante, e tem-no, de facto, há todo um conjunto de explicações sobre o vírus, a cura e os possíveis processos de investigação que, vistos apenas pelos olhos da protagonista, acabam por não ser assim tão desenvolvidos. Claro que a informação é suficiente para levar a uma conclusão satisfatória, e que há até nestes desenvolvimentos um aspecto especialmente cativante, mas, apesar disso, teria sido interessante saber um pouco mais.
Mas, como disse, e apesar das inevitáveis limitações, há, ainda assim, muito de interessante na fase final desta história. A começar, desde logo, pelas mudanças nas relações entre as personagens, que se fortalecem ou distanciam consoante as descobertas que vão fazendo. Neste aspecto, destaca-se Linden, é claro, com a sua nova percepção do que se passa à sua volta. Mas também Cecily, no que descobre através das novas personagens - e na forma como os acontecimentos a levam a uma tomada de posição no mínimo inesperada. E, mais surpreendente ainda, o papel de Vaughn em toda a situação, que, com as revelações que surgem sobre as pesquisas e possíveis descobertas sobre uma cura para o vírus, surge retratado a uma nova luz, sem deixar de desempenhar o papel que lhe compete, mas tornando-se, apesar disso, mais humano, mais complexo... e, por isso, mais interessante.
Quanto ao enredo propriamente dito, sobressaem os momentos de maior tensão e as situações mais emotivas, em que as relações entre as personagens mais ficam em evidência. Fica, é certo, a impressão de que muito mais poderia ser dito sobre o mundo e as circunstâncias em que os protagonistas vivem as suas vidas. Ainda assim, a forma como a autora desenvolve o percurso de Rhine, e como o termina, acaba por proporcionar uma viagem cativante, que culmina numa conclusão bastante adequada.
Trata-se, portanto, de uma conclusão que não dá todas as respostas, principalmente no que ao contexto diz respeito, mas que, ainda assim, consegue cativar e surpreender nos momentos certos. Agradável e envolvente, uma boa leitura.

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