domingo, 21 de setembro de 2014

Uma Grande Mulher (Nicola Cornick)

Cinco anos passados desde que, devido a um escândalo, rejeitou o pedido de casamento de lorde Henry, lady Polly volta a encontrá-lo para descobrir aquilo de que já suspeitava: que ainda o ama. Aos olhos de todos, Henry é apenas mais um lorde indolente, dedicado apenas aos seus interesses, mas Polly vê nele algo mais, como um enigma por resolver. Tudo indica, também, que o amor que lhe dedica é correspondido. Mas há algo de oculto nas acções de Henry e uma reputação de libertino que, mais uma vez, deixa Polly hesitante. E só quando o mistério for resolvido poderá Polly considerar o futuro dos seus sentimentos...
Bastante breve e relativamente simples, a primeira impressão que este livro transmite é a de um desenvolvimento bastante apressado, no que diz respeito ao passado dos protagonistas. Num prólogo de poucas páginas, é resumida uma relação passada da qual haveria potencial para uma história bastante maior. Assim, nesta primeira fase, fica a sensação de algo deixado por dizer. 
Passado o prólogo, o início parece também um pouco hesitante, como que tentando reflectir a passagem do tempo, mas sem dizer grande coisa sobre o assunto. Mas, com a entrada em cena de lorde Henry, as coisas tornam-se mais interessantes. E por duas razões. Primeiro, pela aparente contradição nos seus comportamentos diante de Polly e perante o resto do mundo, que insinuam algo de estranho a ocultar. E, depois, pelo próprio mistério que lhe está associado, com a história de um criminoso foragido e de um potencial protector nobre a lançar suspeitas sobre o enigmático comportamento de Henry.
O que acontece é que, de um início demasiado abrupto, a história evolui para um ritmo cativante, em que a relação das personagens se torna mais natural e em que as medidas certas de humor e de emoção ultrapassam certos constrangimentos na relação entre os protagonistas. A narração nunca deixa de ser feita de forma simples, sem elaborações, mas, apanhado o ritmo, a leitura torna-se mais envolvente e o final consegue até uma intensidade inesperada.
A impressão que fica é, pois, a de uma história que, em certos aspectos, poderia ter sido mais desenvolvida, mas que, apesar disso, cativa e, nos seus melhores momentos, surpreende. Uma leitura leve e agradável, em suma. Gostei.

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