terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Portadores e Pendentes: Apenas o Início (Erica Seidi)

Filha de empresários, Tiana está habituada às constantes mudanças de casa e de escola. Mas a nova mudança vai alterar o rumo da sua vida. O plano é que Tiana passe um ano na casa da tia e que continue os seus estudos normais, mas a tia ouve-a cantar e convence-a a entrar antes para uma escola de artes. Uma escola que é tudo menos normal. Sob o aspecto aparentemente inofensivo da comunidade de Portadores, esconde-se um poder e uma missão. E Tiana ainda agora chegou mas já tem um lugar entre eles. E, por isso, um destino que implica uma luta a travar.
Bastante longo e, tal como o título indica, apenas o início de algo maior, este é um livro que tem principalmente dois pontos fortes. O primeiro é uma ideia base interessante, com a associação à música e às musas a despertar curiosidade para a evolução da história. O outro diz também respeito às ideias, mas de momentos específicos, situações ocasionais que, surpreendendo ou cativando, mantêm o interesse em saber o que irá acontecer a seguir. O potencial está lá, portanto, e basta para despertar a vontade de ler.
Mas, infelizmente, há também algumas fragilidades evidentes. E a mais óbvia é a necessidade de uma revisão muito mais atenta. Erros ortográficos e frases confusas, incompletas ou mal construídas surgem de forma recorrente ao longo de todo o livro, o que, inevitavelmente, dificulta a leitura. Mesmo numa fase avançada, em que a história se torna mais envolvente, o aparecimento destes erros quebra o ritmo, o que os torna difíceis de ignorar.
O outro ponto fraco é alguma desorganização na construção das personagens e do enredo. Há episódios que se repetem e situações que parecem contradizer o comportamento anterior das personagens. Além disso, e principalmente na fase inicial, há uma demora em interacções entre as personagens que não contribuem assim tanto para a evolução do enredo, enquanto que as situações mais complexas parecem ser aceitadas com demasiada facilidade.
Ainda uma última nota para a forma como o livro termina, a meio de uma frase. Na fase final, o enredo conseguiu tornar-se bastante mais interessante, talvez devido a um aumento na intensidade da acção. Mas é difícil evitar a sensação de algo em falta, quando o próprio final parece ser um corte aleatório no texto.
A impressão que fica de tudo isto é a de uma história feita de boas ideias, e com um certo potencial, mas que perde por alguns aspectos da concretização e pela falta de uma revisão mais cuidada. Não foi uma leitura penosa, apesar de tudo. Mas poderia ter sido algo de muito mais cativante.

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