sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Sob o Céu que Não Existe (Veronica Rossi)

Aria queria apenas obter alguma informação sobre a mãe, quando se aproximou de Soren, o jovem e influente filho de um dos cônsules de Reverie. Mas uma perturbação inexplicável levou a que o que julgava ser uma pequena aventura corresse muito mal. Salva por um Selvagem, Aria vê-se a defender a sua versão dos factos perante o pai do verdadeiro responsável pelo incidente. Em vão, claro. Lançada no exterior para morrer, Aria reencontra o seu relutante salvador. Também Perry perdeu alguém e a sua incursão no mundo dos Moradores parece ter sido a causa. Mas, vindos de muitos diferentes e sem razões para que gostem um do outro, ambos sabem, ainda assim, que juntos têm uma melhor hipótese de encontrar aquilo que procuram.
Das muitas coisas que tornam esta leitura interessante, uma das que primeiro sobressaem é o sistema, e a forma como ele é apresentado. Partindo dos Casulos, para depois se deslocar para o mundo fora deles, todo o enredo decorre num ambiente de contrastes. A protecção dos Casulos contra os perigos do exterior e a existência bárbara atribuída aos Externos por oposição à civilização tecnologicamente avançada dos Moradores são apenas alguns dos exemplos de um cenário que facilmente se poderia dividir em dois mundos diferentes. É claro que, sendo este apenas o primeiro volume de uma história maior, há ainda muito potencial por desenvolver, principalmente relativamente à vida dos Moradores, que cedo passa para segundo plano. Mas o que é apresentado, quer da vida nos Casulos, quer do sistema de tribos dos Externos, é mais que suficiente para despertar curiosidade para esta história.
Quanto ao enredo propriamente dito, há sempre algo a acontecer, o que, apesar de um início um pouco confuso, cedo torna a leitura viciante. Além disso, a este ritmo de acção junta-se um conjunto de revelações interessantes, a abrir caminho para várias mudanças e para todo um conjunto de possibilidades, algumas concretizadas ao longo deste primeiro livro, outras a prometer muito de bom para o que se seguirá.
Mas o que mais se destaca é a evolução das personagens. Há, desde logo, uma caracterização muito interessante, quer em termos de capacidades, quer de personalidades, e isto aplica-se tanto aos protagonistas, como àqueles que os rodeiam. Mas há, acima de tudo, um crescimento, desde uma natural antipatia, em resultado de origens completamente diferentes, ao crescimento de sentimentos mais fortes. E há romance, é claro, mas um romance que cresce com os outros elementos da história, sem nunca parecer forçado ou exagerado. Perry e Aria formam um bom par, mas não apenas a nível de afectos. São também a base de uma muito interessante aliança.
Cativante e interessante, com um ritmo intenso e vários momentos marcantes, este é, pois, um início muito promissor para uma história ainda com muito a desvendar. Uma boa história, com uma escrita cativante e personagens muito interessantes. Muito bom, em suma.

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