sábado, 24 de agosto de 2013

Príncipe Mecânico (Cassandra Clare)

Depois do perigo e da traição, Tessa Gray encontrou, finalmente, alguma segurança junto dos Caçadores de Sombras do Instituto de Londres. Aí encontrou também o que de mais próximo podia desejar de uma segunda família. Mas a ameaça não se desvaneceu. O Magister continua atento e a elaborar planos e o braço da sua influência é longa. A liderança do Instituto foi questionada. Agora, os Caçadores de Sombras estão numa corrida contra o tempo, já que o prazo é curto e, se não encontrarem Mortmain, Charlotte perderá a sua posição. O problema é que a estratégia de Mortmain é segura e intrincada. E entre as traições do interior, as revelações por descobrir e o perigo que, de diferentes formas se manifesta, o caminho não será fácil para os Caçadores de Sombras. Muito menos, tendo em conta as suas próprias batalhas interiores.
Dando continuidade aos acontecimentos narrados em Anjo Mecânico, este livro apresenta, essencialmente, os mesmos pontos fortes, desde a escrita agradável e envolvente, ao ambiente interessante, sem nunca esquecer um enredo cativante e rico em momentos intensos e um conjunto de personagens fortes. Isto bastaria para fazer deste livro uma boa leitura. Mas, naturalmente, sendo este um segundo volume, há desenvolvimento e evolução, e isto é também uma parte fundamental.
Tal como no livro anterior - e na outra série da autora - são as personagens um dos aspectos que mais se destaca. Se, em Anjo Mecânico, era interessante notar alguns traços comuns entre as personagens desta série e as da outra série, aqui o que mais sobressai é o crescimento dos seus traços particulares. Os paralelismos continuam presentes, mas são agora as diferenças a ser realçadas, sendo isto particularmente evidente na história de Jessamine. Mas não só. Além disso, a identidade das personagens enquanto elas próprias tem também muito de fascinante, desde as razões para o lado mais negro de Will à forma como as suas ligações se definem, sem esquecer o estranho casal formado por Charlotte e Henry. Há muito a acontecer nas histórias pessoais destas personagens e, por isso, muita empatia e vários momentos emotivos.
Mas há uma ameaça a considerar e, ainda que as batalhas pessoais sejam uma parte importante desta história, Mortmain, o inimigo central, nunca deixa de ser importante. Com uma presença mais discreta, é certo, neste livro, deixando o protagonismo às figuras por si controladas, mas também com uma série de desenvolvimentos interessantes relativamente aos seus planos, passado e intenções. 
Continua a haver muitas perguntas sem resposta, quer na batalha contra Mortmain, quer no inevitável romance, até porque este último tem alguns desenvolvimentos que, não sendo completamente inesperados, abrem caminho, ainda assim, para uma situação potencialmente complicada. Fica, pois, muita curiosidade em saber de que forma se encerrará esta trilogia e que respostas serão dadas para as muitas questões deixadas em aberto.
Cativante, com um conjunto de personagens interessantes e uma série de bons momentos, tanto de acção como de emoção, Príncipe Mecânico apresenta novos desenvolvimentos e um caminho interessante para as personagens dadas a conhecer no livro anterior. Não desilude, portanto, este segundo volume. Muito bom.

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