segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Maximum Ride - O Resgate de Angel (James Patterson)

Maximum Ride - ou simplesmente Max - é a líder de um grupo de crianças geneticamente alteradas que são capazes de voar. Há quatro anos, fugiram da Escola - um laboratório onde eram realizadas estranhas experiências - e viveram uma existência discreta. Mas a Escola ainda tem planos para ele, como se torna evidente quando um grupo de Erasers chega e leva Angel, a mais pequena do grupo. Max e os seus companheiros não hesitam. Cientes do tipo de prisão que é a Escola, e do tipo de testes a que foram sujeitos, sabem que têm de resgatar Angel o mais depressa possível. Mas não é assim tão simples. Os Erasers são mais e mais fortes. E, como se não bastasse, a tentativa de resgate é apenas o início e há revelações inesperadas a surgir a cada passo. Não há tempo para parar nem para pensar. Mas como lidar com todas as mudanças, quando não há certezas sobre ninguém, nem mesmo Max?
O grande ponto forte deste livro é, sem dúvida, o ritmo viciante. Capítulos curtos, acção constante e uma série de mudanças surpreendentes mantêm viva a curiosidade em saber mais e a escrita acessível, sem grandes elaborações, contribui também para a intensidade quase compulsiva do enredo. Isto faz com que, mesmo na fase inicial, em que a escrita simples e a escassa descrição deixam a impressão de que mais poderia ter sido explorado a nível de contexto, a história nunca perca a envolvência, mantendo-se sempre a vontade em saber o que virá a seguir. A história não é particularmente complexa e é a acção o centro da narrativa, mas a tensão evidente em toda a linha de história - ou não estivessem os protagonistas em fuga - confere à história uma intensidade estranhamente cativante.
Sendo a descrição uma componente discreta em todo o livro, a caracterização surge, inevitavelmente, de forma gradual, e isto ocorre tanto com as personagens como com as experiências que lhes deram origem. Resulta, talvez, daí a impressão inicial de estranheza, já que as características do sistema (a Escola, as suas condições e as experiências aí realizadas) e das personagens (com os dons que conhecem e desconhecem, as suas origens e o caminho que os levou às circunstâncias em que se encontram) surgem aos poucos, na medida em que são necessárias. Mas há também um lado positivo para tudo isto e esse é que a revelação gradual dos pontos mais relevantes torna a história mais intrigante e dando intensidade aos momentos em que surge a revelação.
Quanto às personagens, também a caracterização é gradual, daí que surja, inicialmente, a mesma estranheza que relativamente ao sistema. Uma vez assimilados os seus traços essenciais, contudo, e adquirida uma certa familiaridade, são as suas características mais cativantes que se revelam, despertando uma empatia que cresce também pela situação vulnerável em que se encontram. São figuras fortes, quando é preciso, mas são também miúdos, e os momentos de fragilidade servem para recordar isso de forma bastante marcante.
Com uma escrita simples e uma história envolvente, este é um livro que cativa, inicialmente, pelo ritmo de acção compulsiva, mas que, aos poucos, vai revelando outras características interessantes, tanto sobre as personagens como sobre o enredo. Ficam, naturalmente, muitas perguntas sem resposta, mas fica também muita curiosidade em ler o próximo volume. Um bom ponto de partida, portanto. Gostei.

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