sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Vim para Ver-te (Nils Verd)

Esta é a história de um ente Protegido e da forma como uma Entidade dele toma posse para lhe revelar, através de memórias retidas e de visões do futuro, o papel que este tem ainda a desempenhar no futuro da Humanidade. A história de uma criança aparentemente ferida que retira de um homem que lhe presta auxílio a energia para recuperar e que cedo se transforma numa batalha de vontades entre almas e Entidades de diversa origem.  É também o que pretende ser a base de uma mensagem de crescimento e perdão num cenário labiríntico.
É difícil organizar ideias para falar sobre este livro, até porque a própria narrativa tem muito de confuso. O cenário e o contexto em que decorre a narrativa são bastante elaborados e, devido à forma como são desenvolvidos são, por vezes, difíceis de assimilar. Isto acontece, aliás, com o próprio enredo, que, sem uma linha temporal definida e apresentado em tom de quase divagação, acaba por ser também confuso, quer pelos avanços e recuos na linha temporal, quer pelas mudanças bruscas na acção. Além disso, parece haver uma tentativa de transmitir a todo o custo a tal mensagem de perdão, mensagem essa que surge repetidamente em inúmeros diálogos e discursos, o que torna o texto bastante repetitivo.´
Há alguns momentos bons ao longo do enredo, sendo de destacar o das múltiplas vidas do Banido. O problema é que esses momentos se perdem entre as inúmeras divagações e a complicação de demasiadas viagens pelo tempo e pela memória. A impressão que fica é a de uma ideia que tem realmente bastante potencial, e que poderia ter resultado num enredo complexo e interessante, mas que é, afinal, apenas caótico.
O mesmo se aplica à escrita, que consegue ser cativante e interessante nos melhores momentos, surgindo inclusive alguns momentos memoráveis, mas que, durante uma boa parte do texto, se torna densa e confusa. Para isso contribuem também as falhas de revisão. A abundância de gralhas e algumas falhas de pontuação prejudicam ainda um pouco mais o ritmo de uma narrativa que é já difícil de seguir.
Com toda a sua visão da possível influência de seres superiores sobre a humanidade, este é um livro que tem como base uma ideia com muito potencial. Infelizmente, o enredo caótico e a escrita demasiado confusa fazem com que a concretização fique muito aquém das expectativas. Lamento, mas não gostei.

1 comentário:

  1. Prezado Carla Ribeiro,
    Em muito agradeço seus comentários sobre este livro.
    Concordo com você que a linha temporal da narrativa torna a leitura confusa e difícil, mas foi assim que este livro chegou a mim.
    Pode parecer estranho para você, mas este livro me foi ditado em 30 dias, na mesma ordem em que foi publicado.
    Por isto não me considero autor do mesmo, mas apenas alguém que ajudou a disseminar uma ideia. E também, por este mesmo motivo, não pude mudar o estilo da narrativa.
    A narrativa poética, a meu ver, descreve acontecimentos futuros na Terra, que já se iniciaram há alguns anos e se aprofundarão nos próximos 30 anos. Eu sinto e entendo que a Criança representaria qualquer homem daqui, com suas dores, qualidades e defeitos; as Entidades seriam os anjos que deveriam tomar conta de cada um de nós.
    Mais uma vez, agradeço seus comentários.
    Atenciosamente,
    Nils Verd
    e-mail: nilsverd@hotmail.com

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