quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Frankenstein - Morto e Vivo (Dean Koontz)

A tentativa de Victor Helios de dominar o mundo através da sua Nova Raça parece estar ameaçada. Os comportamentos inexplicáveis que Victor tentava explicar por singularidades que em nada comprometeriam o todo do seu ambicioso plano começam a afectar demasiados dos seus seres para a sua própria tranquilidade. Ainda assim, seguro da sua própria genialidade, Victor julga-se capaz de controlar o caos que se abate sobre o seu império. O problema é que os inimigos são muitos e já nem da fidelidade da sua criação pode estar seguro. O seu programa falha. Criaturas que deviam estar mortas voltam a surgir. E é a primeira das suas criações quem encaminha a situação para um confronto final inevitável. Mas bastará esse confronto para salvar a Velha Raça?
É, tal como nos volumes anteriores, o ritmo intenso o que primeiro se destaca neste livro. Acção constante, contada em capítulos curtos e acompanhando as diferentes personagens num curto espaço de tempo fazem com que o ritmo de leitura seja compulsivo, mantendo constante a curiosidade em saber mais. Além disso, ainda que muitas das personagens mais importantes sejam já familiares, há novos elementos a surgir, sendo de destacar a estranha figura de Jocko e o seu papel simultaneamente  obscuro e enternecedor na história de Erika, bem como, numa fase mais avançada, o aparecimento do Ressuscitador.
Mantém-se também, ainda que em menor grau, a interessante visão acerca do que define, afinal, a humanidade. Enquanto Helios, humano apesar de todas as suas mudanças, é, na sua perturbadora crueldade, quem menos o parece, há, entre as suas criações, quem desenvolva uma estranha capacidade de amar. Assim, ao representar ternura e crueldade tanto nos humanos como na Nova Raça, cria-se uma visão menos linear do bem e do mal. O inevitável conflito criado por Victor não significa que a linha que separa os dois lados separe também os bons dos maus.
Ficam, mais uma vez, algumas questões em aberto. Em parte devido a um final um pouco brusco, mas também à forma como algumas possibilidades são deixadas para explorar nos livros seguintes, fica a impressão de que a resolução final da situação (e muito muda com este final) poderia ser um pouco mais aprofundada. Não deixa, ainda assim, de ser uma conclusão bem conseguida para este livro, tendo em conta que a história continuará.
Viciante, com momentos muito bem conseguidos e uma interessante evolução para as personagens que o protagonizam, fica deste livro a impressão final de uma boa leitura, com muito de acção e uma história interessante. Não atinge a intensidade dos volumes anteriores, é certo, mas trata-se, ainda assim, de um bom livro.

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