sábado, 11 de fevereiro de 2012

A Cruz de Morrigan (Nora Roberts)

Um feiticeiro do século XII é escolhido pela deusa Morrigan para reunir os seus eleitos para uma batalha determinante no futuro da humanidade. Lilith, a rainha dos vampiros, a mesma que converteu num deles o irmão de Hoyt, está a reunir um exército para subjugar a humanidade e, caso o círculo dos escolhidos não consiga prevalecer, o apocalipse está iminente. Assim, o feiticeiro terá de viajar para um tempo que lhe é totalmente desconhecido, para um lugar que, sendo ainda a sua casa, já não é como a conhecia, e procurar (ou ser encontrado por) os seus aliados. Entre eles, tão diferentes nos seus interesses, surgirão lealdades e amor para os unir no seu objectivo comum. Mas como poderão seis vencer o numeroso exército de Lilith?
Bastante diferente da maioria dos romances de Nora Roberts, mas com a mesma abordagem ao lado emocional, este é um livro que, numa fase inicial, se desenvolve a um ritmo um pouco lento. A entrega da missão a Hoyt, com as explicações necessárias, e a entrada num cenário onde a magia parece ser simplesmente natural contribuem para esse ritmo algo pausado, justificado, em parte, por uma leve estranheza inicial. 
Ainda assim, a história ganha intensidade com o evoluir dos acontecimentos e, principalmente, com o surgir de novas personagens. A interacção entre todos, com as suas atribulações, cria momentos bastante interessantes e o processo de preparação para a batalha (com todas as descobertas e fracassos) serve também para revelar as diferentes personalidades e pontos de vista das várias personagens. Cada um com as suas diferenças, todos têm algo de interessante, no seu carácter individual ou na interacção com os outros. E estas duas componentes conjugam-se de forma particularmente bem conseguida na personalidade de Cian: sarcástico, algo sombrio, atormentado, Cian é o elemento cuja posição inspira dúvidas nos restantes, mas é também o mais intrigante, com a sua natureza enigmática e os ocasionais grandes gestos a revelar muito de uma personalidade oculta.
Claro que o romance não poderia faltar, mas, neste livro, é um elemento bastante secundário ao restante da acção. O que acaba por resultar bem, já que, ao desenvolver o afecto entre o casal (ainda que os outros "pares" já se comecem a evidenciar) no contexto do treino e da batalha, a história ganha um foco bastante mais interessante do que teria com o romance como foco principal.
Fica muito em aberto na conclusão deste volume, mas é também isso que contribui para que fique a curiosidade em ver o que acontecerá nos outros livros da trilogia. Deste primeiro livro, fica a impressão final de uma história que começa de forma um pouco forçada, mas que ganha espontaneidade à medida que as personagens se tornam familiares. Cativante e agradável, gostei de ler.

2 comentários:

  1. Olá! Também gostei de ler este livro! Sabe por acaso quando é que o segundo volume desta trilogia sai em Portugal? Nos sites brasileiros diz que se chama o Baile dos Deuses

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  2. Segundo a informação do Fórum Nora Roberts, está previsto para Maio, mas as datas podem ser mudadas.

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