domingo, 7 de agosto de 2011

O Enigma (Alison Croggon)

Ela é a Predestinada, a última esperança contra a Escuridão que se torna cada vez mais poderosa. Mas, para que o seu destino se possa cumprir, Maerad de Pellinor precisa de resolver o enigma da Canção da Árvore. Na companhia de Cadvan, seu mentor e seu amigo, Maerad encontrará a perda por entre caminhos difíceis, em busca das respostas que procura. Mas também ela é um enigma e as múltiplas partes de si confundem-se e confundem-na.
Tal como já acontecera em O Dom, há uma grande força nas personagens que protagonizam esta grande aventura. A demanda é dura e cheia de dificuldades e às agruras do caminho junta-se um crescimento interior que a própria Maerad tem dificuldades em entender. Na verdade, apesar do ponto central na luta entre Luz e Escuridão, as coisas nunca são a preto e branco. Cadvan tem sombras no seu passado e, por vezes, as acções de Maerad têm também o seu quê de censurável. Levantam-se, pois, algumas questões interessantes, à medida que palavras e acções influenciam não só o percurso da busca, mas as relações de amizade e lealdade entre os que nela têm um papel a desempenhar.
Se a história é, na generalidade, bastante interessante (sendo particularmente belas as emotivas situações de perdas e reencontros), há, ainda assim, um ritmo pausado que, a espaços, se torna repetitivo. A autora demora-se em descrições de cenários, dando um grande destaque aos lugares percorridos ao longo da viagem. A impressão que fica, pois, é a de uma certa monotonia, de um percurso lento em que os acontecimentos centrais surgem separados por grandes fases de descrição e divagação. Isto é particularmente notório porque a história tem o seu foco em Cadvan e Maerad, sendo as acções e os planos inimigos revelados apenas na medida em que a informação chega, por rumores ou conflitos, ao conhecimento dos seus protagonistas.
Não deixa de ser uma leitura interessante. As novas revelações e a evolução do caminho de Maerad, quer na sua demanda, quer na descoberta da sua própria natureza, proporcionam momentos muito interessantes, e as situações de perda criam situações de grande emotividade. Há, talvez, um pouco mais de descrição que a que seria relevante para a narrativa, mas é, ainda assim, uma leitura agradável e mantém-se a curiosidade em saber o que virá a seguir.

1 comentário:

  1. Olá :) Bem , eu li os livros e em primeiro tenho a dizer que a escrita , na minha opinião , evoluiu bastante do Livro I (O Dom) para o Livro II (O Enigma).
    Concordo contigo quando dizes que a acção da história é um pouco lenta e chega até a ser repetitiva. Mas sinceramente, até gostei bastante da história e tenho imensa curiosidade de saber o que vem a seguir... :D

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