quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Novidade ASA (12 de Outubro)

Em plena Guerra Civil de Espanha, Rogelio – um jovem galego de ideais republicanos – e alguns dos seus companheiros de guerrilha entram em Portugal clandestinamente com o propósito de apanhar, na cidade do Porto, um navio que os leve aos Estados Unidos e os liberte para sempre da ameaça do fuzilamento e da prisão.
Porém, no momento em que Rogelio se afasta do grupo para testar a segurança da próxima etapa da viagem, desconhece que virou do avesso o próprio destino: doravante completamente só num país que desconhece, o jovem sofrerá uma experiência pró-xima da morte que, paradoxalmente, o fará renascer como homem no seio de uma comunidade algo visionária, visitada e admirada por grandes intelec-tuais – a aldeia de Vilarinho da Furna. Aí encontrará o amor, de muitas maneiras.
Exaustivamente investigado, narrado com mestria e beleza e com uma galeria de personagens admiráveis (entre as quais não podemos deixar de reconhecer, por exemplo, Miguel Torga), Rio Homem cruza duas histórias magistrais – a de um refugiado que perdeu todas as suas referências e a da aldeia comunitária que o acolheu e que hoje jaz submersa na albufeira de uma barragem.

André Gago nasceu em Lisboa, em 1964. Estreou-se com actor profissional 20 anos depois. Pelo caminho, e desde cedo, desdobrou-se em múltiplas aventuras relacionadas com as artes: sempre gostou de música, de desenhar, de representar, de escrever e, sobretudo, de pensar de forma multidisciplinar. A passagem pela Escola de Artes Decorativas António Arroio é um momento em que se perspectiva um percurso na arquitectura ou no design, mas o teatro fala mais alto. No teatro aprende a gostar de tudo, da montagem à encenação. A relação com a palavra é, no entanto, uma constante. Nos primeiros anos, adapta Aquilino Ribeiro e Jorge de Sena para o palco. Entretanto, descobre as máscaras e o poder da improvisação. Forma uma colecção de máscaras tradicionais que organiza em exposição e passa a dar aulas de Técnica da Máscara e Commedia dell’Arte. Nos anos 90 concebe e produz uma série de espectáculos em que é tradutor, adaptador ou autor: em Recitália, experimenta pela primeira vez um conceito teatral próprio que irá desenvolver nos anos seguintes. Interpreta Gardel a solo, num texto de José Jorge Letria. Em 2001 publica o conto O Circo da Lua, prémio Revelação da Associação Portuguesa de Escritores, escrito como base para um espectáculo de circo, que irá dirigir em 2003. No mesmo ano, traduz e encena A Orquestra, de Jean Anouilh. Em 2004 cria o Teatro Instável, onde continua a criar espectáculos com base em montagens de textos de vários autores e originais seus. Em 2006 termina a tradução de Hamlet, que encenará no ano seguinte. Nos últimos anos, como actor, a palavra poética passou a ocupar um lugar cada vez mais importante nas suas actuações.

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