terça-feira, 14 de setembro de 2010

Imortal (Gillian Shields)

Quando a avó adoeceu gravemente e Evie se viu obrigada a mudar-se para um colégio interno, nunca lhe passaria pela cabeça acreditar em fantasmas, magia e outros elementos sobrenaturais. Mas, em Wyldcliffe Abbey, coisas estranhas acontecem e, enquanto Evie se tenta adaptar ao modo de vida daquele lugar de regras estritas, a estranha presença de Sebastian desperta no seu interior sentimentos poderosos. Mas Sebastian não é o que parece e o colégio não é tão seguro como poderia parecer.
Misterioso e envolvente, este é um livro que cativa desde as primeiras páginas. A história de Evie não é propriamente feliz. A mãe morreu no mar, o pai vive no estrangeiro e a avó está gravemente doente. Além disso, Wyldcliffe Abbey é um colégio de ricos, com todo o elitismo associado, e, enquanto bolseira, Evie é naturalmente excluída desde o momento em que chega à abadia. Esta vida solitária e não propriamente fácil ajuda a despertar um certo interesse pela protagonista, uma certa simpatia, mas não são, ainda assim, os problemas de Evie (tal como não o será, depois, o factor romance) o elemento que mais se destaca nesta história.
Com uma escrita acessível e fluída, não muito descritiva, mas bastante bem sucedida na criação de um ambiente misterioso, a autora mistura elementos de romance, fantasia e mistério, para contar uma história cativante e que mantém constante a vontade de saber mais. Cruzando a história de Evie com elementos de um passado distante, surge uma história de conhecimento mágico onde o perigo está onde menos se espera e a verdadeira natureza de Sebastian, ainda que insinuada desde cedo, acaba por estar na base de alguns dos momentos mais marcantes do livro.
Personagens cativantes, uma história interessante e um cenário enigmático dão origem a uma história misteriosa, que, tendo os seus momentos de romance, não se prende demasiado na descoberta da relação entre Evie e Sebastian, o que, surpreendentemente, apenas contribui para tornar a sua ligação um pouco mais genuína. E, ao conjugar os elementos de emoção e mistério na medida certa, o resultado é uma leitura quase compulsiva, onde apenas se fica a sentir a falta de um pouco mais de aprofundamento da história.
Leve, agradável e bastante intrigante, uma história cativante, contada de forma simples, e que deixa muita curiosidade para o que se seguirá.

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