sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Novidades Quetzal

O Que Sabemos do Amor (Begginers, na edição em inglês) é um extraordinário conjunto de histórias passadas no Midwest
americano, cujas personagens são homens e mulheres que bebem, pescam e jogam às cartas para suavizar a solidão e a passagem do tempo. Destes dezassete contos, considerados obras-primas da ficção americana contemporânea, alguns foram adaptados ao cinema por Robert Altman no filme Short Cuts.
Esta é também a versão integral do livro que consagrou Carver, publicado com o título De Que Falamos Quando Falamos de Amor e que resultou de uma severa edição, que reduziu a cerca da metade o original inicialmente entregue pelo autor. Se nas suas obras posteriores Carver partiu do minimalismo adstringente de De Que Falamos Quando Falamos de Amor, não deixou porém de desenvolver a empatia expansiva e cheia de nuances que começara a emergir em O Que Sabemos do Amor. Eis, portanto, a escrita de Carver no seu estado mais puro.
Raymond Carver nasceu no Oregon em 1938. Casou-se muito cedo, o que o obrigou a relegar a escrita para segundo plano para poder sustentar a
família. Publicou regularmente em revistas, mas só começou a ser conhecido com Will you Please be Quiet, Please? Um dos maiores contistas norte-americanos do século XX, Raymond Carver foi também poeta e ensaísta. No fim dos anos 70, Carver conheceu a sua segunda mulher, a escritora Tess Gallagher, com quem viveu os últimas anos da sua vida. Raymond Carver morreu em 1988. Tinha cinquenta anos.
Tradução: João Tordo

Gabriel está a deixar de ser criança. Cresce no seu bairro, El Viaducto, entre Villa Mariel, as linhas ferroviárias Roca e a ribeira do Sarandí. Gabriel tem um amigo adulto que dorme no cemitério. Aprende imensas coisas com ele e com os túmulos. No bairro de Gabriel, a água pútrida do Sarandí incendeia-se. Brinca com um bando de miúdos, embora brincar, quando se vive em El Viaducto, também signifique brincar com a morte.
Um país está prestes a deixar de existir. A década de oitenta arrancou e a infância vai ficando para trás entre garrafões de vinho, colectas para sexo pago, amizades validadas pelo perigo e pelo medo. Há morte e há perda no fim da infância. Contudo, o que nunca se perde é o desejo, e A origem da tristeza não renuncia à alegria.Neste romance, que tem muito de autobiografia, Pablo Ramos exibe os seus extraordinários dotes de narrador através de uma escrita luminosa e precisa de ritmo apaixonante, que sabe que o humor é mais poderoso que a autocompaixão e que a vida, se a deixarmos vibrar, abre caminhos mesmo onde estes não se vislumbram.
Pablo Ramos nasceu em 1966 num subúrbio do distrito de Buenos Aires, onde passou a sua infância. O seu habitat foi a rua, a vida difícil, por vezes a
desesperança. É poeta, músico e narrador. Publicou o livro de poemas Lo pasado pisado (1997) e ganhou vários certames de poesia. Em 1999 a sua vida
deu uma reviravolta que o consolidou como narrador detentor de um projecto literário que não cessou de dar frutos. O seu livro Cuando lo peor haya
pasado, publicado pela Alfaguara, obteve simultaneamente duas importantes distinções: o Primeiro Prémio do Fondo Nacional de las Artes 2003, na sua
categoria, e o Primeiro Prémio da edição 2004 do concurso Casa de las Américas, em Cuba.

Tradução: Margarida Amado Acosta

Hidrografia Doméstica é um romance introspectivo, subtilmente impressionista, que parte de um universo quotidiano e o transforma em paisagens diferentes e numa série de desconcertante e graciosos micro-mundos. Chloé tem onze anos e vive só numa casinha no fundo do jardim de casa dos pais. O seu diálogo interior – povoado de animais, amizades, viagens, árvores e banheiras – caracteriza-se por uma rara inteligência e define-se através de qualidades opostas: a ternura e o sarcasmo, a perspicácia e a ingenuidade. Mais do que um romance de iniciação, Hidrografia Doméstica flui para um futuro, traçando um mapa de cursos de água.
Gonzalo Castro nasceu em Buenos Aires, em 1972. É contista, designer gráfico, editor e um dos donos da editora Entropía. Hidrografia Doméstica é o seu primeiro romance.

Tradução: Miguel Castro Henriques

Uma série de "receitas" em belíssimos textos, traduzidos pelo poeta Pedro Tamen, para ajudar à cura dos "males de que padecem as mulheres, ou a identidade feminina", que vão da infelicidade à traição, à frigidez, ao receio de ficar velha, ao nervosismo, ao medo das sogras, ao mau hálito, etc., etc., através duma sabedoria que vem de trás e que conhece o "feminino" em profundidade. Isto apesar de o autor ser um homem. Mas que teve cinco irmãs, ou seis mães, como ele diz, e a quem dedica esta obra. Ele, Hector Abad Faciolince, apenas "gostava de ser (...) um bom boticário, um farmacêutico, o senhor das receitas que te perfumem (mulher triste) a fantasia." Experimente, para ver se resulta.
Héctor Abad Faciolince nasceu em Medellín, na Colômbia, onde também realizou os seus estudos – todos inacabados – de medicina, filosofia e jornalismo. Após a sua expulsão da universidade católica (por causa de um artigo contra o Papa), viajou para a Itália. Regressou à Colômbia em 1987. Nesse ano, depois de os paramilitares assassinarem o seu pai, foi alvo de várias ameaças de morte. Refugiou-se novamente na Itália. De regresso à Colômbia dirigiu a Universidade de Antioquia e deu início à carreira de escritor. Publicou quatro romances e ganhou o Prémio de Narrativa da Casa da América. A sua obra está traduzida para o inglês, o alemão, o grego e o português.

Tradução: Pedro Tamen

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