segunda-feira, 23 de novembro de 2009

O Tempo do Anjo (Anne Rice)

Toby O'Dare é um assassino contratado. Tudo o que sabe sobre aqueles para quem trabalha é o que a sua imaginação quis aceitar: que estão do lado dos bons. Quando, contudo, no final de uma missão, a sua mente ameaça explodir e tende perigosamente para o suicídio, Toby é visitado por um serafim. Malquias, o anjo, precisa dos conhecimentos e da inteligência do assassino para cumprir o trabalho de Deus, trabalho esse que passa por um recuo no tempo e por um salvamento arriscado. Será Toby capaz de cumprir o que lhe é pedido e alcançar a sua redenção?
Anne Rice é, para mim, um nome incontornável. E neste livro, ainda que siga um rumo bem diferente das suas sobejamente conhecidas Crónicas Vampíricas, a beleza da sua escrita está bem presente. O rumo que a história toma, contudo, é bastante diferente do habitual. Em O Tempo do Anjo, a história oscila entre momentos de acção extremamente envolventes, alguns instantes mais emocionais e alguma dissertação sobre os aspectos religiosos envolvidos na história. Será talvez este último elemento a afastar alguns leitores, devido ao tom espiritual que a história adquire nalguns momentos.
Não pretendo com isto dizer que o livro seja mau. Muito pelo contrário. Conotações religiosas à parte, temos uma personagem complexa, ainda que não chegue ao nível dos mais famosos Lestat e Louis, uma história profunda e um passado atormentado, tudo elementos capazes de levar o leitor a ligar-se à história que tem em mãos. Além disso, a forma como o enredo é descrito chama o leitor, principalmente a partir do momento em que a história recua até à época medieval, altura em que a forma como a autora transmite a tensão dos momentos torna a leitura simplesmente irresistível.
Aspectos menos bons... A já referida espiritualidade que poderá parecer excessiva ao leitor meno interessado no tema, e a forma quase distante como nos é contado, pela voz de Malquias, o passado do protagonista. Toby teve um período de crescimento terrível, mas, através da voz do serafim, a impressão que é deixada é que há uma estranha distância do aspecto emocional desse passado.
Concluindo: não tendo a complexa profundidade das Crónicas Vampíricas, este é, ainda assim, um livro que vale a pena ler. A escrita de Rice continua cativante e bela e, ainda que alguns aspectos tenham ficado pouco explorados, o resultado final é claramente positivo. Por aqui, fico à espera de ler mais destes Cânticos do Serafim.

3 comentários:

  1. obrigada pela tua opinião ;)como uma fã de Anne Rice claro que vou ler :D e graças à tua opinião, bem... diminuí um pouquinho as espectativas mas, isso é bom pois com certeza ficarei surpreendida :P esta vertente de anjos agrada-me ;)
    bjinhos

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  2. Vale a pena ler. :) Não é o melhor dela, mas não deixa de ser bom. E como é o primeiro volume de uma série, é provável que venha a ganhar complexidade de livro para livro (como nas Crónicas).

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  3. Pois, o primeiro livro é sempre aquela coisa... mas eu vou ler e depois opino sobre ele :P
    bj

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