quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Palácio da Lua (Paul Auster)

Marco Fogg é o nome do narrador e protagonista desta magnífica história. Marco como Marco Pólo e Fogg como Phileas Fogg. As suas viagens, contudo, não são pelo mundo fora, mas através de si próprio, à sua natureza, às suas forças e fraquezas e aos mais básicos conteúdos da sua natureza humana. Mas não é só da sua vida que se trata. São vários os momentos em que o narrador se esquece de si próprio para nos contar a história dos personagens que cruzam o seu caminho: o tio Victor, com as suas excentricidades, Thomas Effing, o velho louco que se esconde de um passado intenso, Solomon Barber com os seus segredos e a história do seu fracasso.
Palácio da Lua foi o meu primeiro contacto com a escrita meticulosa e envolvente de Paul Auster. Com um tom que é simultaneamente de divagação e de memória, o autor converte-nos numa parte da mente do protagonista, a que contempla e ouve a sua história, sentindo e pensando no futuro como uma própria parte do jovem narrador. E é isso que torna este livro tão especial. Por momentos, o leitor partilha os fracassos e as esperanças das personagens, vive com as suas ilusões e caminha com ele para um final poderosíssimo.
Um livro magistral, sem dúvida, e, para mim, uma revelação impressionante. Vou querer ler mais da obra deste autor.

2 comentários:

  1. É um dos meus escritores de eleição, se bem que deixei de conseguir acompanhar o ritmo de publicação. Gostei deste "Moon Palace", não sendo o meu preferido que continua a ser "In the Country of Last Things" (não sei bem o título em português) que te aconselho vivamente.

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  2. Paul Auster é um escritor singular. Conforme refere, em "Moon Palace", a viagem de Marco Fogg é interior e genealógica - um caminho pelo auto-conhecimento. as minhas obras favoritas continuam a ser as do início da carreira de escritor: "The Invention of Solitude" e "The New York Trilogy". Se gostou deste Auster, experimente ler as obras de Siri Hustvedt, mulher do ecritor norte-americano. Neste momento, parece-me que Hustvedt superou o marido.
    Fique bem.

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