sexta-feira, 15 de maio de 2009

Entrevista com o Vampiro (Anne Rice)

Fascinante e inesquecível. É o mínimo que se pode dizer deste volume inicial das Crónicas Vampíricas, de Anne Rice. Com uma mestria inigualável na criação de um ambiente sensual e densamente negro, mas inegavelmente fascinante, somos conduzidos à obscuridade do mundo vampírico pela voz de Louis, o vampiro que, na mais perturbadora entrevista, nos conta a história que decorre desde a sua criação.
Mais que as imagens que guardamos do conhecidíssimo filme, este livro transmite-nos uma dimensão completamente diferente da ideia do vampirismo. Cada um de entre os imortais que cruzam o caminho do protagonista tem os seus aspectos de diferenciação, não como poderes invulgares ou traços físicos, mas na complexidade da sua personalidade, dos seus dilemas interiores.

Muito mais que uma história de vampiros, este é um livro de emoções e acontecimentos fortes. Se o enredo em si é já de uma envolvência incrível, o que dizer quando nos reencontramos nos gestos e pensamentos das personagens? Nas reflexões de Louis, na intempestividade de Lestat, na inocência maldita de Claudia, encontramos os reflexos da descida às trevas que se processa dentro de cada um, os sentimentos mais negros que assombram a memória e o quotidiano de cada alma. A solidão, a indecisão, o medo, a vontade de desistir.

Uma leitura simplesmente imperdível, prova clara da genialidade por detrás dos livros de Anne Rice.

1 comentário:

  1. Encontrei este blog por acaso e resolvi deixar aqui a minha humilde opinião, pois também conheço esta obra e concordo com o que dizes no post sobre ela. Queria no entanto deixar uma "chamada de atenção" para um livro tantas vezes esquecido, o "pai" dos romances vampirescos (pelo menos o mais famoso e mais bem escrito da época): "Drácula" de Bram Stoker, que para alem do facto de estar organizado por "diários", contém o tipo de escrita que mais gosto de "saborear" - a escrita clássica. Este teve uma adaptação cinematografica arrojada e fantástica por parte de F.F.Coppola (sendo que para mim continua a ser o filme dos filmes de vampiros, seguido da "Entrevista.."). Relativamente ao que se anda a fazer actualmente com a temática vampírica, que sempre me foi querida, devo dizer que não gosto. Comecei até a ler o Crepúsculo, mas abandonei quando tive noção que foi apenas mais uma tentativa (bem sucedida) de tornar esta temática em algo como uma "moda" (principalmente após a saída do filme)...o que para mim é um pouco decepcionante, pois penso que este tema é muitas vezes visto apenas como temática de filmes e livros de horror, sendo na realidade (pelo menos para mim) algo muito mais profundo.

    Para rematar, queria dizer que (e isto é apenas a minha opinião) a "época dos vampiros" já findou há muito. Pois estes foram e serão sempre aquelas personagens clássicas, cultas, belas e quiméricas... e hoje em dia temos apenas adolescentes histéricos ou vampiros monstruosos e barulhentos...

    Cumprimentos,
    Lvíz

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